quinta-feira, 25 de março de 2010

"Estavas, linda Inês, posta em sossego,

De teus anos colhendo doce fruito,

Naquele engano da alma, ledo e cego,

Que a fortuna não deixa durar muito (...)"
Luís de Camões, Lusíadas, Canto III

Infância

Há muito, muito tempo atrás nasceu uma menina. Essa linda criança recebeu o nome de Inês de Castro. Ela viveu uma infância feliz e tornou-se aia de uma princesa de Castela.

O Casamento

Essa princesa chamava-se Constança e veio casar com o príncipe português D. Pedro em 1339.



Inês morava no castelo e usufruia de todos os lazeres do dia-a-dia, como todos os nobres.

O Início Da Paixão

Como D. Inês era muito bonita, a atenção de D. Pedro ia toda para si. Ele começou a gostar ainda mais dela por causa da sua simpatia e afeição.




Foram essas as razões pelas quais D. Pedro se apaixonou por D. Inês.

Desconfianças

D. Constança não andava muito tranquila, visto que D. Pedro andava a cortejar D. Inês. Ela achava que se eles tivessem um filho, Pedro iria ficar mais ligado à família e esqueceria Inês.
Em 1342, nasceu o primeiro filho de D. Pedro e D. Constança. Ele recebeu o nome de Luís. D. Constança convidou Inês para madrinha, pois pensou que esta iria ter o bom senso de se afastar do seu marido.
Porém, isso foi só uma ilusão, pois algum tempo depois os amantes continuaram a encontrar-se.

Finalmente Livre

O Infante D. Luís morreu pouco depois de nascer e todo o rei ficou desolado.
O segundo filho nasceu e chamaram-no Fernando. De qualquer maneira, D. Constança sentia-se triste pois o seu casamento estava "por um fio". Mas isso não iria durar muito porque em 1345, durante o parto do terceiro filho, Maria, D. Constança faleceu.

Finalmente Pedro estava livre para cair nos braços de Inês.

Amor À Distância

O amor entre Inês e Pedro fazia o rei D. Afonso IV, que era pai de Pedro, preocupar-se mais que tudo. Então o rei decidiu exilar D. Inês para a terra de Albuquerque.
Porém, isso não separou os amantes. Eles comunicavam por cartas clandestinas que eram levadas e trazidas secretamente pelos almocreves que transportavam mercadorias de cidade para cidade.
A distância só reforçou o amor que existia entre Pedro e Inês.

Juntos e Felizes

D. Pedro, desobedecendo ao seu pai, mandou trazer Inês de volta para Coimbra. Desse modo, eles ficaram finalmente juntos.

D. Afonso estava muito, muito zangado por D. Pedro ter feito tal coisa. O único motivo pelo qual o rei não iniciou uma guerra contra o Infante foi o facto de isso provocar um desgosto enorme a D. Beatriz, a rainha.


D. Pedro e D. Inês tiveram quatro filhos: Afonso (que morreu quando ainda era criança), João, Dinis e Beatriz. Estes cresceram rodeados de ternura e amor pelos seus pais.

A Fatídica Noite

Em 1355, acabaram-se os tempos de felicidade. Quando D. Pedro se despediu de D. Inês e dos seus filhos para ir para a caça, nem imaginava o que viria a acontecer.

D. Afonso e os seus conselheiros reuniram-se e, apesar da hesitação do soberano, a vida de D. Inês ficou entregue àqueles que a queriam ver morta.

No dia 7 de Janeiro, ao cair da noite, Inês foi surpreendida pela chegada do rei e dos seus conselheiros. Inês foi executada em frente aos seus três filhos.


Ela foi degolada friamente pelo machado do carrasco.

A Vingança

Ao tomar conhecimento da morte de Inês, D. Pedro ficou arrebatado de cólera e de raiva. Ele desafiou o seu pai para uma guerra. Felizmente a intervenção de D. Beatriz conseguiu evitar o pior.
Em 1357, D.Pedro tornou-se rei dse Portugal. Os conselheiros, veemente odiados por ele, foram atirados para os calabouços da prisão.
A vingança foi consumada nos paços de Santarém. Foi dura e fria, capaz de arrepiar até os mais corajosos. Isto valeu-lhe os cognomes de O Justiceiro, O Cruel, O Cru e O Vingativo.

O Após Morte

Cinco anos depois da morte de Inês de Castro, D. Pedro afirmou solenemente que tinha casado com a sua amada clandestinamente em Bragança. Nesse mesmo ano, em 1360, ele mandou construir na igreja de Alcobaça, dois túmulos deslumbrantes, um para Inês e um para si, quando morresse. Como D. Pedro sentia muito a falta de D. Inês, ele tinha pesadelos. Quando isso acontecia ele ia para a rua, acordava o povo, fazia fogueiras, bebia e dançava até de madrugada.
De vez em quando, mandava matar bezerros e bois para dar a carne aos mais necessitados. Era por isso que todo o reino o amava e admirava.

O Fim Da Mais Bela História de Amor de Sempre

D. Pedro resolveu homenagear D. Inês, rainha de Portugal. Ordenou, então, a transladação dos restos mortais de Inês para o mosteiro de Alcobaça. Foi um cortejo fúnebre nunca antes visto. Todo o reino participou. As mulheres davam gritos lancinantes de dor e os homens rapavam o cabelo e a barba em sinal de luto. Os camponeses iam para a beira da estrada chorar. D. Pedro disse o último adeus à sua amada no transepto do mosteiro.

Há quem diga que D. Pedro cometeu o desvario de coroar D. Inês de Castro, mesmo depois de morta e obrigar toda a nobreza a beijar a mão da rainha.